Ladeira Alexandre Leonel nº 221 | 1º andar | Spazio Design | Juiz de Fora - MG
Marque sua Consulta

                 teste 4.1

A luxação da patela, ou instabilidade fêmoro-patelar, refere-se a um evento em que a patela desloca-se de sua posição anatômica à frente do fêmur. Tecnicamente define-se como a perda da congruência articular. É um problema bastante comum na prática ortopédica e acomete principalmente mulheres mais jovens.

A causa da luxação pode ser um evento traumático, mais frequentemente observado no primeiro episódio ou ainda ocorrer em situações cotidianas. Nestes casos há fatores anatômicos do paciente associados que predispõem à ocorrência de episódios recorrentes de luxação da patela. As alterações mais comumente observadas são a patela alta, a displasia da tróclea femoral, a lateralização da tuberosidade anterior da tíbia e o joelho excessivamente valgo.

Na primeira vez que a patela se desloca, geralmente, há dor intensa, importante limitação e derrame articular. Em alguns casos não se observa a patela fora do lugar pois pode acontecer redução imediata da patela ao local normal. Pacientes com instabilidade recorrente podem relatar que a “patela quase sai do lugar” ou referir insegurança para atividades esportivas ou mesmo cotidianas, como dançar, agachar-se ou subir escadas.

O diagnóstico da instabilidade fêmoro-patelar é baseado no exame clínico feito idealmente por um cirurgião de joelho, associado a exames de imagem complementares.

Tratamento

A escolha pelo melhor tratamento da instabilidade patelar deve levar em consideração a idade do paciente, seu grau de atividade física e profissional. Além de fatores relacionados à instabilidade, em especial a recorrência. Aqueles pacientes de maior demanda, como atletas de alto desempenho ou nos casos em que haja lesões associadas importantes, como uma fratura osteocondral da patela, geralmente, haverá indicação para o tratamento cirúrgico, mesmo no primeiro episódio de luxação da patela. Nos demais casos a tentativa do tratamento conservador, sem cirurgia, está bem indicado.

O tratamento conservador consiste no trabalho fisioterápico e atividade física orientada, com o objetivo de manter o adequado posicionamento da patela em relação ao fêmur. Isto é realizado por meio de fortalecimento dos grupos musculares estabilizadores da patela. Muito já se falou sobre o fortalecimento do músculo vasto medial oblíquo, porém estudos mais recentes demonstram dificuldade de realizar-se um trabalho de fortalecimento isolado deste músculo, devendo-se realizar o fortalecimento do quadríceps como um todo. Atenção especial também deve ser dada ao fortalecimento de músculos estabilizadores do quadril, glúteos médio e mínimo, que influenciam no adequado posicionamento da patela e também para minimização do valgo dinâmico do joelho. Além disso, associado ao fortalecimento muscular, deve haver trabalho para consciência corporal e propriocepção.

Naqueles casos em que o tratamento conservador não evita a luxação recorrente da patela ou quando a instabilidade é intensa e limitante, a cirurgia é a melhor opção para correção do problema. Na imensa maioria dos casos traumáticos de luxação ocorre ruptura do ligamento patelo-femoral medial, importante estabilizador da lateralização da patela. Por este motivo, uma das opções cirúrgicas mais utilizadas é a reconstrução deste ligamento. Existem diversas boas técnicas descritas para este procedimento podendo ser utilizados parafusos, âncoras e enxerto dos tendões grácil, semi-tendíneo ou quadríceps. Quando houver alterações anatômicas do joelho associadas, o cirurgião especialista em joelho deve avaliar e, se necessário, realizar procedimentos complementares como osteotomias. Por fim, após a cirurgia, faz-se necessária uma adequada reabilitação fisioterápica e atividade física orientada com profissionais capacitados para a plena recuperação do paciente.